O enigma de Kaspar Hauser
- Sabrinna Barroso
- 8 de jun. de 2015
- 3 min de leitura

"O enigma de Kaspar Hauser, do diretor Werner Herzog (Alemanha, 1974)", é um filme baseado na história real de um jovem chamado Kaspar Hauser, que viveu em Nuremberg, Alemanha, por volta de 1928. O filme tem seu início mostrando a vida de Kaspar quando estava em seu cativeiro, isolado da sociedade, se alimentando apenas de água e pão, acorrentado, em um ambiente pequeno, sujo, com má iluminação, e com apenas um brinquedo para sua diversão, que era um cavalo de madeira. Suas palavras eram poucas, pois sua mente não compreendia tudo o que lhe era dito, tornando notório que ele portava algum problema de aprendizagem. O jovem não possuía uma visão além das paredes de onde achava-se; não sabia falar, nem andar. Sendo privado de todo contato com qualquer pessoa, a não ser o homem de capuz que, tentava o ensinar a escrever seu nome e a andar. Foi então que, depois de certo tempo, Kaspar Hauser foi encontrado em uma praça, atraindo os olhares de curiosos, pois o mesmo não saía de sua posição, ficando imóvel naquele lugar, até que alguém chegou para perguntar o que ele queria, mas Kaspar não entendia as perguntas que lhe eram feitas, o que fazia as pessoas o acharem mais estranho. Encontrava-se com um bilhete, o qual continha informações sobre o mesmo, o que tornava o mistério ainda maior. Pessoas daquele local acolheram o jovem Kaspar, o qual foi adotado, e passaram a lhe ensinar como comer, falar, andar, raciocinar, tocar piano... Foi então que ele passou ter outra percepção de mundo, sabendo como se expressar, e através de lágrimas, pode expor o que sentiu ao se queimar. Relutante em relação às muitas coisas que lhe ensinavam, como quando lhe falaram sobre Deus, o jovem Kaspar, ainda assim foi aprendendo a impor sua opinião e pensamentos.
O filme nos mostra como é importante o contato social, o ensino, a cultura, pois são eles que formam o ser humano para o convívio. Kaspar Hauser não sabia falar e nem interpretar o que lhe era dito porque o mesmo não desenvolveu isso quando era criança, pois ficava confinado em seu cativeiro. O estudo da linguagem é algo essencial para o aprimoramento dos demais sentidos do ser, como a compreensão, pois se você não sabe usar as palavras, não as entenderá quando ouvidas. O jovem, por não ter um convívio social durante sua fase de formação fez com que ele não desenvolvesse e exercitasse o raciocínio e entendimento de seu cérebro. Mesmo tendo suas limitações e apesar da idade, ele passou a aprender o que lhe era ensinado, no entanto, não conseguia absorver tudo. Se Kaspar fosse confinado depois de velho, com certeza ele desaprenderia a falar, a pensar, e deixaria de usar a inteligência e raciocínio lógico, pois os mesmos só podem existir quando estamos em uma atmosfera com outros seres diferentes e com experiências novas a cada dia.
As pessoas tem a necessidade de se sociabilizar, tem que haver os laços sociais desde a infância. Um indivíduo isolado não existe, ele apenas vegeta; vive em um vazio, não tem pensamentos certos. A satisfação com as relações interpessoais é determinante para o bem-estar, pois permeaia a vida humana em todas as suas fases. Kaspar Hauser morre depois de dois atentados, com isso, os médicos da época começam a estudar seu cérebro, tentando buscar a causa pela qual ele era daquela maneira. Encontraram uma má formação em seu cerebelo, o que acharam ser a justificativa para sua resposta.
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